Por Marcelo Miranda
A violência no Brasil voltou a ganhar as páginas dos principais jornais do País. Novamente, os entes públicos voltaram a afirmar que a violência brasileira está em níveis acima das expectativas. Mais uma vez, as pessoas param para refletir sobre o seu lugar na sociedade e sua responsabilidade para a construção de uma nação para todos, e não só para uma elite decadente.
E o fato que colocou a violência na primeira página dos jornais foi o assassinato da juíza Patrícia Acioli, de 44 anos, conhecida por ter uma atuação dura contra a ação de grupos de extermínio na região.
A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi morta a tiros dentro de seu carro, um Fiat Idea Adventure cinza, na porta de casa na localidade de Timbau, em Piratininga, Niterói.
Foram disparados pelo menos 15 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista. Na hora do crime, ela estava sem seguranças. Ela era um dos 12 nomes de uma 'lista negra' encontrada com um suspeito de tráfico de drogas detido no Espírito Santo.
Foram disparados pelo menos 15 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista. Na hora do crime, ela estava sem seguranças. Ela era um dos 12 nomes de uma 'lista negra' encontrada com um suspeito de tráfico de drogas detido no Espírito Santo.
Esse crime mostra o quão falho é a justiça brasileira, a total inoperância das legislações penais do Brasil, a completa incapacidade do Estado de gerir, com profissionalismo, a área da segurança e, por último e não menos importante, o descumprimento por parte do governo brasileiro do Artigo III da Declaração Universal dos Direitos Humanos: "Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal."
É inquestionável que o fato da juíza Patrícia ter sido assassinada é reflexo da impunidade da justiça, mas, não podemos fechar os olhos à outra questão que, de certa forma, ficou subjetiva em toda essa história: a exposição do fato na mídia e os diversos movimentos contra a violência.
Todos os dias, em todas as partes do mundo mas, principalmente em nosso País, os despossuídos, a classe trabalhadora, os idosos, as crianças, os doentes, os negros, os homossexuais, em suma, a maioria dos grupos sociais que não pertencem a uma elite tradicional, morrem todos os dias. Esses morrem nas filas dos hospitais, morrem de fome, morrem devido à falta de oportunidade de trabalho, morrem pela inexistência de escolas formadoras de cidadãos de direito que respeitem as diversidades dos seres sociais, morrem por que o Estado não garantiu a essas pessoas uma saúde de qualidade, ou os medicamentos básicos para a vida de uma criança ou um idoso.
Então, vamos propor uma mudança de ação: deixemos o pensamento hedonista de lado, para pensarmos de maneira coletiva. Vamos para as ruas reivindicar segurança para todos os brasileiros, e não somente para os pequenos grupos. Já está escrito na Declaração Universal dos Direitos Humanos, em seu primeiro artigo: "Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade. " Agora, temos que colocar isso em prática mas, convenhamos: já passou da hora.
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