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quinta-feira, 21 de julho de 2011

O monstro que assusta Minas Gerais




Uma mistura de macaco, lagartixa e galinha. Aparece nos meses quentes do ano, sempre no fim de tarde, por volta das 17 horas. Fica próximo da margem do Rio Carmo (foto abaixo), que atravessa as cidades mineiras de Mariana, Acaiaca e Barra Longa. Ataca o gado e, nos últimos tempos, até seres humanos. Essa é a descrição do Caboclo d’Água dada pela população das redondezas.
“É uma história antiga, meu pai já a escutou quando era pequeno. As crianças sempre eram advertidas a não nadar no rio ao entardecer”, diz Leandro Henrique dos Santos, diretor do jornal O Espeto. Nos últimos oito anos, porém, as histórias voltaram com força total: “Dizem que o monstro  é responsável pela morte de um jovem que nadava com os amigos”, explica Santos. “De repente, ele afundou e emergiu morto em meio a muito sangue, com os testículos arrancados”.
Com o aumento da quantidade de causos, o jornal elaborou um “retrato falado” do bicho, também conhecido como Nego d’Água. Santos e  Milton Brigolini Neme, professor da Universidade Federal de Ouro Preto, fundaram  a Associação de Caçadores de Monstros e Assombrações em 2009.
O objetivo deles é verificar a existência de seres incomuns que aparecem nas histórias contadas no interior. Além do Caboclo d’Água, o maior caso, existem outros 32 mistérios em estudo, como a Mãe do Ouro, que espantou garimpeiros no bairro de Bento Rodrigues ao rodopiar com uma luz brilhante; ou o Lobisomem do Pezão, lobo que até hoje não atacou ninguém, mas assusta com pegadas gigantes deixadas na terra.
A associação, que já tem cerca de quarenta membros, usa equipamentos eletrônicos, como GPS e câmeras automáticas. Com isso, já derrubaram o mito de que uma casa na região era assombrada. O proprietário escutava som de passos, mas eram apenas gases que se desprendiam do terreno pantanoso e faziam a madeira estalar. “Queremos checar tudo de maneira científica”, diz Santos. “É muito fácil culpar o sobrenatural por coisas que não compreendemos”. Para ele, o Caboclo d’Água pode ser um mutante de alguma espécie animal da região.
Tentando desmistificar o assunto, o professor Neme decidiu oferecer há quatro anos uma recompensa de 10 mil reais a qualquer um que consiga fotografar a criatura. A associação oferece os dados de localização já coletados e até mesmo transporte até os equipamentos onde montam vigia. Até agora, ninguém conseguiu.


Fonte: Guia dos Curiosos

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