Por Marcelo Miranda
Com a chegada
de 2015, começamos a receber informações referentes ao desempenho do governo
federal no ano de 2014. Daí, o que podemos dizer dos resultados financeiros do
País em 2014? Simplesmente desastroso! Em um ano marcado pelas eleições
presidenciais, os gastos públicos bateram recorde e, com isso, as contas do
governo registraram o primeiro déficit primário (receitas menos despesas, sem
contar juros da dívida pública) em 18 anos, segundo números divulgados no
último dia 29 pela Secretaria do Tesouro Nacional.
De acordo com
dados oficiais, as contas do governo tiveram um déficit primário de R$ 17,24
bilhões em todo ano passado. Em 2013, havia registrado um superávit de R$ 76,99
bilhões, o equivalente a 1,6% do PIB. Com o déficit de 2014, as contas públicas
atingiram, no ano passado, o pior resultado de toda a série histórica, que tem
início em 1997. Até o momento, o pior resultado havia sido registrado em 1997
(superávit de R$ 1,8 bilhão, ou 0,2% do PIB). Mesmo com isso tudo, ainda
encontramos pelas ruas petistas elogiando e, o pior, defendo o governo Dilma.
Parece que essas pessoas foram acometidas por uma “miopia vermelha”.
No ano
passado, as contas públicas registraram forte deterioração devido ao aumento de
gastos públicos, à ajuda à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) e à queda real da arrecadação, resultado do fraco nível de
atividade da economia e das desonerações de tributos anunciadas nos últimos
anos pelo governo federal.
No início do
ano passado, a equipe econômica informou que o objetivo de todo o setor público
(governo, estados e municípios), em 2014, seria de R$ 99 bilhões, o equivalente
a 1,9% do PIB, o mesmo percentual registrado em 2013. Deste total, R$ 80,8
bilhões corresponderiam ao esforço somente que o governo estaria buscando em
2014.
Em novembro
de 2014, porém, com o fraco resultado das contas públicas, o governo enviou um
projeto de lei ao Congresso Nacional para alterar a Lei de Diretrizes
Orçamentárias (LDO) e abandonar a meta fiscal acertada no início do ano
passado. O projeto, que admitia a possibilidade de haver até mesmo déficit primário
em 2014 (como de fato aconteceu), foi fruto de debates intensos no Legislativo,
mas acabou sendo aprovado pelos parlamentares.
De acordo com
dados do governo federal, as receitas totais subiram 3,6% em todo ano passado,
ao mesmo tempo, as despesas totais cresceram 12,8%, ou seja, mais do que o
triplo da expansão das receitas.
Na proporção
com o Produto Interno Bruto (PIB), ainda segundo números da Secretaria do
Tesouro Nacional, os gastos públicos bateram recorde no ano passado, ao somarem
21,3% do PIB.
Em suma, a situação é a seguinte: o Brasil é uma
empresa que gasta mais do que arrecada, e o destino de empresas com esse
cenário é a falência. Enquanto a economia brasileira se derrete frente ao calor
da economia global, a classe média e o setor privado sofrem com as altas cargas
tributárias. Agora sim, fiquei com medo da coisa toda!
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