Para alertar a população sobre os perigos do cigarro, foi instituída a data 31 de maio como o Dia Mundial Sem Tabaco. Considerado um dos vilões da saúde humana, o tabagismo é a principal causa de morte evitável em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que 200.000 mortes/ano sejam decorrentes do uso do cigarro e 7 mortes/dia por causa do tabagismo passivo.
A dependência em relação ao fumo faz com que os fumantes se exponham continuamente a mais de 4.720 substâncias tóxicas, fazendo com que o tabagismo seja fator causal de aproximadamente 50 doenças diferentes, destacando-se as doenças cardiovasculares, o câncer e as doenças respiratórias obstrutivas crônicas. Os cânceres de pulmão, da cavidade oral, laringe e esôfago são doenças graves e estão relacionados ao uso frequente do cigarro.
Segundo a coordenadora de Tabaco, Álcool e Outras Drogas da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), Conceição Moreira, a instalação dessas doenças ocorre de forma lenta e gradual, demorando anos para que os danos causados à saúde do indivíduo se estabeleçam. "Como os sintomas das doenças causadas pelo uso do cigarro aparecem lentamente, é de extrema importância o desenvolvimento de estratégias e ações educativas continuadas direcionadas ao público infanto-juvenil, visando à incorporação de modos de vida saudáveis, através da adoção de comportamentos que reduzam, ao máximo, essa exposição", disse.
Ainda segundo a coordenadora, o tabagismo é responsável por 63% das mortes relacionadas a doenças crônicas não transmissíveis. "Cerca de 85% dessas mortes são por doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema); 30% por diversos tipos de câncer (pulmão, boca, laringe, faringe, esôfago, entre outros); 45% por infarto do miocárdio e 25% por doenças cerebrovasculares (acidente vascular cerebral), entre outras. Além disso, desencadeia e agrava condições como a hipertensão e diabetes e também aumenta o risco das pessoas desenvolverem e morrerem por tuberculose", complementou.
Para reduzir os impactos provocados pelo uso do cigarro, a SES-MG, por meio do Programa Estadual de Controle do Tabagismo, em parceria com o Ministério da Saúde e municípios mineiros, oferece acompanhamento, monitoramento e capacitação para profissionais da saúde através da SES-MG, medicamentos e material didático para os grupos de tabagismo, oferecidos pelo Ministério da Saúde e atendimento médico e psicológico, que são ofertados pelos municípios.
Controle do Tabagismo
Em Minas Gerais, foi implantado o Projeto Ambientes Livres do Tabaco nas Unidades de Atenção Primária à Saúde dos municípios, por meio do Programa de Fortalecimento da Vigilância em Saúde. A ação tem como objetivo já a descentralização para os municípios das ações de vigilância em saúde, incentivando os municípios a organizar os sistemas locais de vigilância em Saúde, em parceria com a atenção primária.
Também foi realizada capacitação do curso Saber Saúde, ofertado às referências regionais de Saúde e das Superintendências Regionais de Ensino, em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), que tem como objetivo formar cidadãos críticos capazes de fazer opções conscientes que contribuam para sua saúde, a saúde coletiva e a do meio ambiente.
Além disso, outras estratégias ocorrem de forma simultâneas, como a realização de campanhas educativas, a implementação de leis para proteger os não fumantes da exposição passiva, o aumento dos preços do cigarro, restrição à publicidade do tabaco, proibição de venda a menores e desenvolvimento de programas educativos em escolas, ambientes de trabalho e unidades de saúde.
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