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sexta-feira, 6 de junho de 2014

Nada é de repente



Por Ahmad Neto

Um carro que quebra, um casamento que chega ao fim, uma doença que se instala, a morte que chega. Nada, absolutamente nada, é de repente! A vida sempre dá sinais, e os acontecimentos são invariavelmente precedidos de avisos, ora por fortes evidências, ora por sutis sinais que antecedem um fato iminente. Nos automóveis, podemos perceber quando algo não está funcionando como dantes; quando o freio não apresenta a mesma eficiência, quando um certo barulho estranho vem da suspensão, do motor ou de alguma outra parte do carro e, que alguns, menos atentos ou confiantes demais, ignoram, até que o pior acontece. Quantos motoristas se dizem surpresos ao terem suas viagens interrompidas por algo que os deixa na mão, alegando que foi “de repente”. Isso quando não é mais grave, chegando até a acidentes fatais. Nos casamentos, também, é assim; alguém na relação se mostra insatisfeito com a rotina, com a conduta do outro, às vezes com algumas atitudes que para quem as faz são pequenos deslizes, mas que para o outro, dadas as suas repetições, são como afrontas. Um exemplo disso é o da mulher organizada que se casa com um homem desorganizado. Ela mantém cada coisa no seu lugar pois gosta da ordem, da estética do lar , da limpeza, mas o homem, geralmente, mimado pela mãe, não respeitando esse senso de lar inteligente, afronta a mulher, dispensando suas roupas e pertences em qualquer lugar da casa, com sua falta de asseio e de bons modos, achando que, por ela estar casada com ele, o jogo já está ganho, e ela nunca o deixará. Felizmente, hoje em dia os casamentos duram pouco. Calma! Talvez, você que está lendo este artigo, esteja pensando que não sou a favor dos casamentos duradouros; é, você está certo! Quando os casamentos constituem uma prisão aonde pessoas têm que mudar seus bons hábitos em favor de viver com uma pessoa estúpida e inconsequente, eu sou a favor sim, da separação. É claro que a moça prudente vai sondar, não confiando apenas em seus olhos e coração, e usando de sua razão e intuição para entender, logicamente, quem é o rapaz com quem pretende se casar, e aí pode decidir se vale a pena ou não, diminuíndo a chance de uma desilusão futura. Mas voltemos ao tema deste artigo; como dizia, também, as doenças não se instalam por acaso, o corpo vai dando pequenos sinais. É uma certa indisposição, uma certa dor que avisa quando algo não está bem e, talvez, algo de mais grave esteja por acontecer, se não houver prevenção. Se perguntarmos às pessoas em estado grave de doença, quase que em uníssono as ouviremos dizer que a doença chegou do nada, que ninguém estava esperando por ela. É claro que não estavam. Quem, em sã consciência, espera por doença? Mas ao menor sinal de que não estamos bem, devemos buscar algum diagnóstico, e o tratamento adequado que nos previna da piora e da possível morte. O fato é que um contingente enorme de pessoas são assustadoramente desatentas ou, seja por imperícia, quando não sabem se prevenir, ou por imprudência, quando não dão a devida importancia aos sinais, ou pior ainda, por negligência, quando simplesmente desprezam qualquer sinal, muito embora sabendo quais as consequências que podem advir de seu descaso, confiando que nada de ruim lhes acontecerá, se sujeitam ao pior. Impressionantemente, há pessoas que acreditam que o mal só acontece na casa do vizinho, com seus filhos e sua vida e, por pensarem assim, não se preparam, para as coisas difíceis, que certamente um dia enfrentarão, e pretensiosamente dirão que o que lhes aconteceu de ruím, foi apenas por acaso, um imprevisto apenas e, ainda pior, colocam a culpa em Deus, dizendo que “Ele quis assim. Parafraseando Lulu Santos digo, “assim caminha a humanidade”. Os que não cuidam de si, não cuidam de suas casas, certamente não cuidarão do planeta. 

Os sinais de que a vida no planeta tá ficando cada vez mais insustentável, também, estão cada vez mais evidentes. Há muito tempo o homem vem sendo alertado sobre suas atitudes predatórias para com a terra, com desmatamentos e a poluição das águas e do ar. Inadvertidamente desmata, polui, mata e destrói. A ciência holística, que é o conhecimento da consequência, nos alerta que a alma sobrevive após a morte do corpo, e a pergunta que não quer calar é: A quem prestará contas o homem destruidor, quando se vir sem corpo e sem planeta? E quanto aos conscientes, que nada fazem para impedí-los de avançar com sua sanha destruidora, o que responderão diante do tribunal da consciência? Seja por pesquisas, seja pelos fenômenos climáticos ou, seja pelas catástrofes que de quando em vez assolam a humanidade, somos constantemente alertados sobre nossas atitudes erradas no trato com a natureza. De alguma forma, sutil ou evidente, a vida sempre deu e sempre dará sinais. Ninguém poderá dizer amanhã que foi surpeendido com algo de que não tinha ideia que aconteceria, pois nada é “de repente”.


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