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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

POR MEDO OU PRECONCEITO HOMENS DEIXAM DE FAZER EXAMES PREVENTIVOS



Dos 95 milhões de homens brasileiros, 35 milhões já passaram dos 40 anos, quando começam a aparecer os problemas de saúde relacionados ao envelhecimento masculino. Entre as doenças que mais preocupam está o câncer de próstata, e é difícil eleger onde está o maior tabu: se o exame de toque, que afasta muitos homens dos consultórios, e poderia prevenir o avanço da doença; se a impotência sexual, uma das possíveis consequências. A sociedade evoluiu, mas ainda hoje existe muito preconceito em relação à saúde masculina, sendo que a detecção precoce poderia mudar o curso de muitas doenças.
Para Carlos Corradi, presidente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), o machismo ainda impede que o homem se cuide. “Ele precisa ter consciência de que exames como o de toque não vão fazer com que ele perca a virilidade. Nesse ponto, a participação da mulher é muito importante, porque 90% dos pacientes vão ao consultório levados pela companheira”, alerta. O envelhecimento do homem tem impacto direto no seu aparelho urogenital e é aí que tudo complica. “Principalmente depois dos 50 e 60 anos, ele tem medo de ficar doente porque sempre acreditou que é o sexo forte.”
Fato é que 75% deles terá um aumento da próstata à medida que envelhece. E um, de cada seis homens, terá câncer de próstata, que se detectado no início tem 95% de cura. Ora, se é tão grande o medo da impotência, por que não prevenir que um dos seus gatilhos seja acionado? Outro problema frequente, e pouco conhecido pelos próprios homens, é a andropausa: a baixa nos níveis de testosterona. Enquanto a menopausa atinge 100% das mulheres, a correspondente masculina atinge a maioria dos homens, embora apenas 30% desenvolvam os sintomas, com impacto especial na qualidade de vida.
As manifestações, que podem aparecer a partir dos 50 anos são problemas com a libido, ereção, ejaculação e orgasmo. A andropausa também pode diminuir a massa muscular e a massa óssea e aumentar a massa gorda; impactar na vitalidade e energia, afetando a disponibilidade para atividades rotineiras. Traz também muita irritabilidade e mudança de humor. “Por isso, o envelhecimento masculino exige acompanhamento anual, que inclui a questão urológica e também uma avaliação do aspecto sexual”, defende Ernani Rohden, membro do Departamento de Andrologia da SBU.
Se houver um dos sintomas e a baixa dosagem do hormônio for confirmada em exame, a terapia de reposição hormonal com testosterona é o tratamento previsto. “Mas não é a fonte da juventude, nem queremos que seja”, defende o especialista. O Sistema Único de Saúde (SUS) não fornece o tratamento, que pode ser feito com injeções quinzenais, trimestrais e, mais recentemente, por meio da aplicação de um gel. “O custo gira em torno de R$ 100 por mês de tratamento e os mais humildes não têm acesso. Assim, temos uma população subtratada”, explica. E subdiagnosticada, porque muito médico não toca no assunto.
DESENCONTRO
A menopausa diminui o apetite sexual da mulher e para Corradi isso tem impacto direto no homem. Segundo o especialista, muitos chegam ao consultório relatando desinteresse da parceira, já menos disposta a manter relações sexuais. “Eles se sentem rejeitados, acham que a mulher já não gosta mais deles. Não entendem que é tudo questão de baixa de hormônio e ficam irritados”, destacou o Dr. Corradi.

Pesquisas populacionais realizadas pelo Programa de Estudos em Sexualidade da Universidade de São Paulo (USP) mostram que 90% dos homens permanece sexualmente ativo na faixa dos 70 anos, ao contrário das mulheres: menos de 50% delas mantém a atividade sexual. 

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