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sexta-feira, 22 de agosto de 2014

SEM A UEMG, O ENSINO EM MINAS TENDE AO FRACASSO!



Por Marcelo Miranda

O vem acontecendo com a Educação em Minas Gerais? Quais são as reivindicações que os professores estaduais fazem? O que é essa Lei 100? São muitas questões que a população não vem acompanhando de perto e, por profundo desconhecimento de causa, acabam por criticar os profissionais da educação mineira de forma leviana. Estes profissionais que, de maneira legítima e pacífica, vem realizando vários protestos e manifestações para apresentarem à população, bem como ao governo do Estado, as insatisfações em face ao rumo que a educação em Minas Gerais toma, bem como as condições precárias de trabalho na única universidade estadual pública de Minas Gerais.
Na realidade, alguns dias do mês de agosto, a UEMG Belo Horizonte, bem como diversas outras unidades, mantiveram-se em “Estado de Greve” por melhores condições para os 359 profissionais designados que foram efetivados após a lei 100/2007.
Em Barbacena, no dia 11 de agosto, os professores realizaram uma caminhada que contou com a presença de cerca de 400 pessoas, dentre elas professores da UEMG, alunos, servidores da educação, de maneira geral. O movimento se iniciou à Praça do Rosário, chegando ao chafariz municipal, onde foi realizada uma aula pública para os presentes, como ato principal de protesto às condições precárias da UEMG em todo Estado.
Mas acontece que esse problema já é antigo e a bomba só explodiu agora. Os professores da instituição vêm denunciando, já a algum tempo, que construíram a vida profissional na instituição ao longo de cerca de 20 anos na posição de "contratados precariamente". Com a implantação da lei 100, em 2007, os professores passaram a ter uma “aparente estabilidade” proporcionada pela “efetivação”, mas ao mesmo tempo não tinham permissão de expandirem suas cargas horárias, tendo suas ações no ensino e na extensão limitadas.
Na realidade, a Lei 100 só foi criada no intuito de resolver um problema de caixa do governo do Estado que, durante décadas, recolheu a contribuição previdenciária dos servidores "contratados precariamente", mas embolsou o dinheiro, não repassando ao INSS os bilhões de reais recolhidos. Com isso, vários profissionais designados que se aposentaram se depararam com o problema de terem contribuído para a previdência, mas, ao mesmo tempo, não terem o direito de receber sua aposentadoria. 
De acordo com o Sind-UEMG, os professores da universidade  fazem parte dos 98.000 servidores do Estado vitimizados pela lei, que foi considerada como inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A UEMG conta atualmente com um total de 853 professores, sendo 420 designados, 74 efetivos e 359 efetivados "contratados precariamente" (como são denominados os professores incluídos na Lei 100). São 9.439 alunos em 2014.  Em termo de distribuição de número de curso, a  universidade tem hoje 49 presenciais e dois de Educação a Distância (EAD) na graduação e  dois de pós-graduação  lato sensu (especialização) à distância. Além de seus cursos de mestrado e doutorado.
Ou seja, a UEMG faz a pesquisa em Minas Gerais ter um norte. A UEMG oferece, em sua maioria, ensino público, gratuito e de qualidade em todos os cantos de Minas Gerais. Só em Barbacena a UEMG já formou mais de 1500 pedagogos e, hoje, tem mais de 500 alunos, nos cursos de Pedagogia e Ciências. Por essas e outras razões a UEMG merece o devido respeito, principalmente do governo de Minas Gerais, que deveria aplicar seus esforços para resolver essas e outras questões relacionadas à UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS. Sem a UEMG, o ensino, a pesquisa e a extensão no Estado tendem ao fracasso.  


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