Maria das neves Pimentel Cruz, graduada em letras -
Portugês, Francês e Latim - Adaptado.
O poder das
palavras é incontestável para ações efetivas de liderança, mas o que mais se
observa são as limitações inerentes ao seu uso indiscriminado. Algumas
situações podem ser citadas (como comportamentos inadequados de líderes): culto
à própria palavra; uso de uma verborragia irritante; falta de atenção ao que
está sendo dito; egocentrismo exagerado; desrespeito às crenças e valores do
outro; alteração do volume e tom e voz, com o objetivo de minar resistências a
si mesmo; comunicação defensiva; falta de entendimento; atitudes que inibem as
contribuições individuais; comunicação não-verbal irônica durante o processo de
escuta; atenção só às idéias que possam servir aos próprios interesses.
Essas pessoas
falam, falam e falam, como se quisessem promover o entorpecimento mental de
seus ouvintes e persuadi-los por meio de exaustão. Isso nos faz refletir sobre
como o uso abusivo do poder pode levar um líder a subestimar o potencial de
seus subordinados, ouvindo só o que lhe interessa e não aproveitando, portanto,
a força produtiva inerente a cada membro de uma equipe.
Muitas
empresas vivem no que podemos chamar de feudalismo administrativo . Seria
prudente que os dirigentes das organizações repensassem se a ânsia pela posse
da palavra não esconderia um medo profundo de perder espaços e se dispusessem a
um exercício extremamente saudável e produtivo: o hábito de ouvir.
Ouvir pode
exigir, dos mais ansiosos, um esforço quase sobre-humano, pois são necessárias
disciplina e organização de idéias. Ouvir pode também causar frustrações, ao
descobrir-se que, muitas vezes, o interlocutor tem idéias bem mais
interessantes que as nossas.
Algumas
sugestões para aprimorar o ato de ouvir; saber por que ouvir; criar um clima
interessante e receptividade; escutar, prestando atenção; concentrar-se no
assunto em questão; não interromper o emissor; evitar ansiedade enquanto ouve;
buscar o estado de prontidão e não de tensão; esperar que o interlocutor
conclua sua idéia; evitar distrair-se com ruídos externos; utilizar a empatia;
ouvir sem medo, sem precipitação e sem julgamentos preconceituosos; sempre que
houver oportunidade, procurar resumir numa frase tudo o que entendeu.
Quem finge
saber ouvir engana o seu interlocutor e transforma a possibilidade de
comunicação em uma farsa. Ouvir bem é um ato de civilidade e educação, que
facilita uma comunicação autêntica e legítima, uma liderança mais democrática,
contribuindo para o surgimento de ações mais sensatas e produtivas. Vamos aprender
a ouvir ?
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Fonte: SINDIJORI
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