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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Obra de artista plástico será novo cartão de visita de Entre Rio de Minas (MG), berço da raça Campolina


Localizado na região das Vertentes, Entre Rios de Minas (MG) é conhecido nacionalmente como berço do cavalo Campolina. Foi lá, em meados do século XVIII, que Cassiano Antônio da Silva Campolina, proprietário da Fazenda do Tanque, começou a selecionar animais de maior porte e agilidade depois de perder uma cavalhada em homenagem ao Imperador Dom Pedro II. A cidade também guarda o legado mais importante deixado por Cassiano, o Hospital Cassiano Campolina, que  completará 103 anos em setembro.
Pela representação no contexto histórico e cultural da raça, o município será presenteado pela Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Campolina (ABCCCampolina) com uma obra de arte encomendada ao artista plástico Zê Vasconcellos, conhecido pela alquimia em transformar sucata em esculturas monumentais. "Logo que fui eleito presidente, no começo do ano, veio-me a ideia de homenagear a cidade com este belíssimo presente", confessa Luiz Roberto Horst Silveira Pinto.
Será um cavalo da raça Campolina, com mais de 4 metros de altura, todo customizado em aço inox. A entrega será no primeiro dia da 33ª Semana Nacional do Cavalo Campolina, que ocorre de 1 a 8 de setembro, no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte (MG). "Estamos muito felizes, porque além de ser berço da raça, Entre Rios de Minas abraça um povo apaixonado por cavalos e cavalgadas. Quando o Luiz Roberto me falou sobre essa escultura, fiquei muito entusiasmada, até pedi que fosse montado, simbolizando nossa tradição e amor pelo cavalo", disse a prefeita, Maria Cristina Mansur Teixeira Resende, revelando que a obra será colocada logo na entrada da cidade.
Segundo o artista plástico, essa escultura quase não exigirá manutenção, porque o aço inoxidável não enferruja e pouco sofre com a ação do tempo. "Não precisará ser lixada ou de reposição de peça, basta apenas uma mão de verniz quando perder brilho", explica Vasconcellos.
Sua mais recente criação ficou pronta no mês de agosto e foi feita em três etapas. Em seu pedestal constará o nome de todos os criadores que colaboraram no patrocínio da obra.
DOM NAS MÃOS - Zé Vasconcellos nasceu em Guaxupé (MG), onde, ainda menino, começou a descobrir seu incrível talento. Foi na escola, durante uma aula de religião, que seu professor percebeu o zelo e perfeccionismo na manipulação do giz, material que deu origem aos primeiros trabalhos.
Aos 16 anos, um dentista observou as habilidades manuais do artista e aconselhou ao pai dele que o encaminhasse à profissão de protético. Zê Vasconcellos foi para Campinas (SP), exercendo a profissão por anos. "Trabalhei 30 anos fazendo próteses dentárias e, ao mesmo tempo, fazia pequena

s peças de giz ou argila, vendendo numa feira de artesanato", relembra.
Em 2004, surgiu a ideia de fazer esculturas mais altivas para que realmente fossem apreciadas. Seu primeiro trabalho foi um pequeno cavalo em sucata, depois de comprar uma máquina de solda que mal sabia manusear. "Fui tentando, tentando, até que saiu um cavalinho muito mal feito". Ele guarda essa peça com muito carinho até hoje.
Neste meio tempo, o artista foi para França, onde ficou um ano e meio. Quando retornou, estava determinado em abrir mão da profissão de protético para se dedicar à carreira artística. Para conseguir obras que vislumbrassem aos olhos, mas que utilizasse matéria-prima de baixo custo, optou por trabalhar com sucata. Num primeiro momento, recolhia materiais em oficinas mecânicas e casas de ferro velho. Só depois do aperfeiçoamento começou a trabalhar com o aço inoxidável recolhido em indústrias, e que têm alto custo. "Uso aço inox em todas as minhas obras, mas no começo, cerca de 70 a 80% do material era ferro", explica.
Quando seus primeiros trabalhos ficaram prontos, usou a internet, em um primeiro instante, para divulgar seu trabalho, que abriu portas para várias exposições. Apresentou um cavalo na Expo Hípica e Jockey Club, onde começaram a surgir as primeiras encomendas. "Estou bem familiarizado com este mercado, só que essa é a primeira vez que retrato a raça Campolina em meus trabalhos", diz.

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