JORNAL FOLHA DE NEGÓCIOS, SEMPRE UM BOM NEGÓCIO - TEL:(32)3331-9521

Galeria Blog

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

O “PAPA POP” DEIXOU SAUDADE


No Brasil, o último dia 28 foi marcado pela despedida dos brasileiros, a maior nação católica do mundo, ao papa Francisco.  E a passagens dos papas pelo Brasil foi sempre marcante para a nossa história. Se João Paulo II foi importante para a nossa história política, o mandato do papa Francisco já desponta como um divisor de águas para uma das religiões mais antigas do mundo, mas que vem perdendo fiéis para as novas, principalmente no Brasil.
A passagem de Francisco pelo Brasil foi muito mais que um grande evento da Igreja Católica Apostólica Romana. Foi um evento que buscou discutir a Fé em toda a sua essência, em que as todas as religiões puderam ter voz e vez frente à figura maior da Igreja Católica.
Mas, é claro que, o maior beneficiado com a visita do papa Francisco foi o catolicismo que vive uma profunda crise. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número de fiéis da religião vem encolhendo a cada ano: passou de 91,8%, em 1970, para 64,6% em 2010. Além disso, a Igreja Católica enfrenta ainda a redução do número de padres, que não passam de 17 mil no país.
Por isso, a vinda do papa é vista por muitos como um alento para a recuperação de fiéis e como uma nova estratégia a ser seguida pelos sacerdortes católicos. O que difere o papa Francisco de seus antecessores é o discurso em torno de temas até então tidos como pautas das alas mais progressistas e de esquerda da Igreja, como as comunidades eclesiais de base, as pastorais e os adeptos da Teologia da Libertação.
Apesar de ser o mais progressista chefe da Igreja que já passou pelo Vaticano, o papa Francisco não fez defesa de assuntos tabus dentro da Igreja como aborto e casamento gay. Ainda que as cartilhas e o material distribuídos aos participantes da Jornada Mundial da Juventude tenha sido conservador, o papa não adotou esse tom em nenhum de seus discursos. Aliás, Francisco evitou esses assuntos, que são hoje os que mais dividem opiniões dentro da Igreja e mais afastam as pessoas da religião.
Entretanto, algo marcante na fala do pontífice, na minha humilde opinião, foi sobre a corrupção, passando pela defesa dos programas de combate à fome adotados pelo governo federal, à violência e aos protestos que mobilizaram o país antes e durante sua visita.
O papa Francisco foi enfático em afirmar que não gosta de jovens que não protestam. A essência da juventude não é aceitar tudo, numa ação de conformidade, mas sim de refletir sobre as coisas do mundo e, principalmente, de se manifestar, objetivando buscar um mundo mais social e fraterno, com menos desigualdade e mais solidariedade.
Por isso, para as minhas considerações finais, vou parafrasear Humberto Gessinger, na letra da música “O Papa É Pop”, que também dá nome ao quinto álbum de estúdio da banda Engenheiros do Hawaii. O papa Francisco é POP: POP de popular, de povo, de ser, parecer e gostar do povo. Tomará que tenha forças para concluir sua obra que também é POP.

Fonte: Jornal Folha de Negócios

Nenhum comentário:

Postar um comentário