A interiorização de grandes shoppings que trazem em seus projetos
torres comerciais, hotéis, universidades e até condomínios residenciais
desponta como uma tendência e começa a aparecer no interior de Minas
Gerais. Cidades com mais de 100 mil habitantes entraram na mira de
incorporadoras e construturas em função da saturação de terrenos e de um
mercado concorrido nas grandes cidades. Entre os municípios que
receberão estes empreendimentos mistos nos próximos dois anos está
Barbacena, na Região Central, Montes Claros, no Norte, Uberaba e
Uberlândia, no Triângulo. De acordo com o diretor de Relações
Institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping
(Alshop), Luis Augusto Ildefonso, há 15 anos a concentração de centros
comerciais e shoppings vem mudando. “Antes, tínhamos 70% dos shoppings
em capitais e grandes cidades e 30% em interior. Mas, segundo o
último Censo do Shopping Center, já experimentamos uma inversão, com
51% dos empreendimentos em cidades menores e 49% nos grandes centros”,
afirma.
A descentralização dos investimentos, que migram com
mais velocidade para o interior, segundo Ildefonso, é uma tendência
consolidada em Minas e no resto do país. “No final de 2012 tínhamos
157 shoppings em obra, sendo 98 no interior. Isso mostra que esse é um
fato consumado e que essa é uma tendência crescente e sólida”,
afirma.
Entre os motivos que levam investidores para o interior,
o diretor destaca menores investimentos em função de um metro
quadrado mais barato, a oferta de grandes terrenos, incentivos dados
pelo município e a demanda por esses espaços. “Hoje a economia se
dispersa para cidades menores que são movimentadas pelo serviço,
agropecuária e indústria e, assim, mantém o habitante consumindo em
sua cidade”, lembra.
Dentro dessa proposta, o último anúncio feito ao mercado é o Praça
Barbacena, da Capanema Gouvea Desenvolvimento Imobiliário (CGDI) e 5R
Shopping Centers. Com aporte de R$ 100 milhões, o empreendimento terá
30 mil metros quadrados de área construída e 22 mil metros quadrados
de área bruta locável (ABL). No total, serão 120 lojas, sendo três
âncoras, seis salas de cinema (uma 3D), 15 fast foods, quatro opções
de restaurantes, além de um supermercado. O projeto também conta com
anexo que abrigará uma torre comercial com salas individuais e vãos
livres, edifícios residenciais com apartamentos de 2, 3 e 4 quartos,
além de uma torre de hotel.
Cláudio Capanema, diretor-presidente da CGDI, explica que a localização
da nova operação pode ser justificada pela demanda existente na
região. “Cidades com mais de 150 mil habitantes comportam-se como
polos regionais”, argumenta. “Considerando os municípios da
microrregião de Barbacena, a expectativa é de que consigamos atingir
250 mil consumidores, que antes faziam suas compras em Belo Horizonte
ou Juiz de Fora”, reforça. Para o futuro, Capanema acredita numa
continuação desse modelo. Em Minas, cinco cidades estão em estudo para
receber este tipo de projeto.
‘CAIXOTE FECHADO’
Uberaba
e Uberlândia entram na rota desses empreendimentos . Também fruto da
parceria da 5R Shopping Centers e CGDI, o Praça Uberaba Shopping
Center, que tem expectativa de iniciar suas operações no segundo
semestre de 2014, recebeu aporte de R$ 230 milhões e terá além das 142
lojas, academia, supermercado, universidade, torre comercial, hotel e
condomínio residencial, com cerca de 600 apartamentos. Já o Praça
Uberlândia Shopping Center contará com hotel, universidade e prédios
comerciais. “O shopping serve de âncora para esses empreendimentos
imobiliários e vice-versa. Os anexos agregam valor à obra e à própria
região” explica Capanema.
Apostando nessa tendência de
empreendimento misto o Grupo Falgo anunciou para Montes Claros um
empreendimento com 24,4 mil metros quadrados de ABL, 140 lojas,
hipermercado , além de torre comercial, centro cultural e hotel, que
deve ser entregue à população no primeiro semestre de 2016. “A
evolução dos projetos permitem que o shopping seja mais que um caixote
fechado projetado para o consumo. Agora, eles passam a ser um centro
de convivência social”, garante o diretor de Marketing Rodrigo Abreu.
Fonte: www.em.com.br/app/noticia/economia/2013/11/21/internas_economia,472224/centros-comerciais-miram-o-interior-de-minas.shtml
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