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terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Madri e Barcelona travam batalha sobre voto de independência catalã



O governo central da Espanha e as autoridades regionais catalãs, em Barcelona, travam mais uma batalha quanto à proposta de independência da Catalunha. Minutos após o governador catalão anunciar um referendo para 9 de novembro de 2014, Madri desautorizou a realização do pleito.

"A votação não vai acontecer", disse o ministro da Justiça da Espanha, Alberto Ruiz-Gallardon.


Mas disse que a maioria dos catalães "quer construir um novo país".Pouco antes, o governador catalão, Artur Mas, anunciou pela TV um acordo entre os partidos catalãos para a realização do referendo em 2014.

"Estamos virando uma pagina transcedental em nossa história", declarou.

Segundo Mas, os eleitores responderiam se querem a Catalunha como um Estado espanhol ou um Estado idependente.

Com 7,5 milhões de habitantes, a Catalunha é uma das regiões mais desenvolvidas da Espanha. Já possui um certo grau de autonomia, mas a crise econômica que assola o país tem reanimado a velha discussão sobre a independência catalã.

O debate em torno da independência é secular. Durante a ditadura do general Francisco Franco, até os anos 1970, os catalães foram proibidos de usar o próprio idioma e tiveram sua identidade reprimida.

O tema também ganhou força nos últimos meses com a discussão sobre a independência da Escócia e a decisão do governo britânico de convocar um referendo para o próximo ano.
Referendo

Em Madri, tanto o conservador Partido Popular, do primeiro-ministro Mariano Rajoy, quanto a oposição socialista já se disseram contra o referendo.

Em setembro, milhares de simpatizantes da independência formaram um cordão humano na região.

Mas pesquisas de opinião mostram que os catalães são divididos em relação à independência.

O governador catalão disse, em ocasiões anteriores, que se Madri bloquear o referendo do ano que vem, ele trabalhará para que as eleições regionais de 2016 se tornem, de fato, um referendo sobre o tema.

A União Europeia e a Otan (aliança militar do Ocidente) já advertiram que a Catalunha será excluída dessas organizações, caso opte por se separar da Espanha.

Em declarações na semana passada, o primeiro-ministro Mariano Rajoy pediu unidade aos espanhóis, "para evitar que isso (o referendo) os distraia" em momento de uma severa crise econômica.

Fonte: BBC Brasil

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