Por: Ahmad Neto
Muito antes do espiritísmo de Alan
Kardec, as principais religiões orientais, em especial o Budismo, já pregavam
sobre a imortalidade da alma, e das oportunidades de evolução através das
muitas reencarnações. Também Jesus, o Cristo, deixou em suas muitas mensagens,
sobretudo aquelas mensagens bíblicas, nas quais se pode acreditar, que o
espirito vive depois da morte e transita por outros mundos em trajetória de
crescimento. Também, disse Jesus, que num futuro após a sua era, ele enviaria
um consolador para jogar luz sobre a escuridão da compreensão humana, fazendo
com que o ser humano pudesse enxergar a real finalidade de passar pelas
existências neste planeta. Os anos passaram desde Buda e Jesus. Também passaram
muitos séculos e milênios carregando guerras, doenças, sofrimentos e grandes
descobertas. Grandes e importantes homens e mulheres vieram como consoladores
prometidos por Jesus, para auxiliar na senda evolutiva humana, tais como
Mahatma Gandhi e Madre Teresa de Calcutá, dentre outros. Mas, também vieram
muitos homens e mulheres completamente embrutecidos para se oporem ao
ensinamentos e aos exemplos dos consoladores, tais como Adolf Hitler que
dispensa apresentações, e a Rainha Catarina de Médici que, contrária ao
movimento protestante, pressionou o rei Carlos IX, seu filho, resultando no
massacre que, matou mais de 30 mil protestantes, e que ficou conhecido como
massacre de São Bartolomeu, em 23 e 24 de agosto de 1572, sendo um dos
episódios mais sangrentos de toda a França católica. Séculos depois, Alan
Kardec codificava o que seria conhecido como espiritísmo e que, através de suas
doutrinas, reforçaria o conhecimento de alguns sobre a vida após a morte. Pois
bem, ao analisar a história, desde os idos de Sidarta Gautama, Buda, o
iluminado, e assistindo as misérias humanas que, até hoje, graçam no mundo,
chego a conclusão que o grande erro de Deus foi o de ter concedido ao homem a
liberdade de escolha, ou seja, o livre arbítrio. As observações que faço e que
todos podem fazer, são as de que o homem em posse de sua liberdade plena de
escolhas, sempre busca o caminho mais fácil para atender suas necessidades
imediatas, passando por cima dos mais fracos e desprezando os ensinamentos
profundos e verdadeiros acerca da própria existência e evolução. Os governantes
se achando acima de Deus e sabendo que são livres para decidir, se intrometem
nos negócios empresariais e nas famílias, atrasando a evolução das empresas em
detrimento do avanço no conhecimento e atrasando a formação da cidadania no
exercício de seus plenos direitos e deveres. Os pais, também, se achando livres
para decidir sobre a educação dos filhos, mais os confundem e desvirtuam do que
os orientam para serem patriotas e cidadãos do mundo. E por fim, as muitas
religiões ocidentais e algumas orientais, que em nada ajudam o homem a
compreender o seu verdadeiro papel junto a criação divina. Com plena
consciência da sua liberdade de escolha, o ser humano usa e abusa dos recursos
naturais, poluindo o ar, as águas, desmatando sem freio e sem consciência as
florestas, detruindo preciosos ecosistemas e biomas. E, por fim, o mais grave;
usando de sua inteligência, astúcia e de profundo desprezo pela natureza e por
tudo que é sagrado, fomenta a reprodução e o manejo dos animais para fins de
alimentação, recreação, vestuário e pesquisa, subjugando-os e lhes impondo
sofrimento, horror e dores dilacerantes e atrozes, em nome de uma economia
excluísta que já não mais se sustenta. Por esse olhar e por essas reflexões é
que acredito que se não fosse o livre arbítrio o homem não cometeria tantos
erros, tantos desatinos e, com certeza, não sofreria tanto com suas nefastas
consequências? Pergunto aos seguidores de Kardec, leia-se espiritas, qual o
limite das reencarnações? Até quando permitirá Deus que o homem continue a
reencarnar sem que se perceba o mínimo progresso, cometendo os mesmos erros de
sempre. Não tenham dúvidas de que o criador, assim como nós, cometeu um erro.
Talvez o maior de todos; o “livre arbitrio”, o maior erro de Deus.
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