Por Macelo Miranda
Em momento de crise e
arrocho financeiro as empresas brasileiras veem se adequando a essa nova
realidade. Com a economia do País encolhendo e o dólar em alta, o setor privado
sente, ainda mais, o peso da concorrência estrangeira, bem como da exploratória
carga tributária que, inviabiliza qualquer investimento de médio e longo prazo.
Entretanto, parece que
essa crise não chegou ao setor público, principalmente no parlamento
brasileiro. Segundo levantamento da Folha de São Paulo, ao longo de 2015, o
poder Legislativo vai gastar mais de R$ 1 bilhão com os vencimentos e os
principais benefícios recebidos por cada um dos deputados e senadores.
O Brasil vai
gastar R$ 151 mil por mês com cada um dos 594 parlamentares – 513 deputados
federais e 81 senadores. O custo de cada parlamentar aumentou após o reajuste
de 26% que os congressistas se concederam em dezembro, no final das atividades
de 2014.
Entre outros
benefícios, os deputados têm direito a auxílio-moradia de R$ 3,8 mil, cota para
atividade parlamentar, de R$ 27,9 a R$ 41,6 mil, conforme o estado, e verba de
gabinete de R$ 78 mil para contratar até 25 funcionários.
No Senado, a verba de
gabinete é de R$ 80 mil e cada senador pode ter até 55 assessores. Os senadores
ainda podem utilizar carro oficial e telefone celular de maneira ilimitada. Os
senadores também recebem um cotão entre R$ 21 mil e R$ 44 mil para gastos de
escritório, passagens aéreas e divulgação de ações durante o mandato. Os
senadores ainda tem gasto ilimitado com telefones celulares, direito a veículo
oficial alugado pela Casa e com combustível custeado.
Outro fato que devemos
destacar aqui é a ineficiência de ambas as casas, mesmo com seu alto custo
administrativo. Tanto a Câmara dos Deputados (formada pelos deputados federais)
e pelo Senado Federal (formada pelos senadores), na prática, apresentam poucos
projetos de interesse, realmente público. Na prática, grande parte destes
parlamentares atua, diretamente, para suprir as necessidades de seus
financiadores de campanha.
No total, a atualização
dos salários terá um impacto de R$ 93 milhões por ano. O Orçamento para 2015 é
de R$ 9 bilhões, sendo R$ 5,1 bilhões para a Câmara e R$ 3,9 bilhões para o
Senado. Em suma, a relação comercial é a seguinte: pagamos caro por um péssimo
serviço.
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