Ter ou Ser? Eis a questão. Enquanto o
“Ter” é necessário à manutenção da própria existência, incentivando-nos a conquistar
cada vez mais no campo material, os problemas existenciais e de relacionamentos
nos dizem que o importante é “Ser”, na busca por respostas no mundo espiritual.
Na obrigação de decidir entre uma coisa e outra, nos sentimos angustiados. As
cobranças por posicionamentos e resultados, muitas vezes, não nos deixam ver
uma terceira via: O “Existir”. Não me
refiro ao existir, apenas na reflexão de Descartes, quando disse: “Penso, logo
existo”. Falo de um total
desprendimento, onde não nos deixamos influenciar a todo o momento pelas
cobranças sociais ou existenciais. Enquanto as dificuldades financeiras ameaçam
a nossa qualidade de vida, no caso de perdermos o crédito, o emprego ou coisa
assim, as religiões nos ameaçam com o inferno por qualquer deslize em nossa
conduta “moral”. Tantas cobranças fazem com que nos sintamos sufocados,
indefesos e impotentes. Na busca por um caminho alternativo, encontramos no transcender
dos sentidos, uma razão para apenas existir, que nos convida aos prazeres das
coisas simples e da sensação de liberdade. Estes momentos de desprendimento nos
distanciam das convenções sociais, e nos aproximam da nossa própria essência,
proporcionando um toque de leveza a nossa alma. O celebrado intérprete da
música brasileira, Jessé Gomes da Silva Filho, conhecido pelo nome
artístico de Zeca Pagodinho, tornou famosa uma canção, cujo refrão diz: “Deixa
a vida me levar, vida leva eu”. Ao contrário do que dizem alguns, essa não é
uma forma irresponsável de viver, que deixa tudo para o acaso. Também não
recomendo esse comportamento como padrão, mas em certos momentos em que estamos
sob pressão, podemos nos valer disso. Também, é bom lembrar, que as pressões
que sofremos nos empurram para melhorar as nossas condições de vida como um
todo, ajudando-nos a crescer. Mas há momentos em que deixar a vida nos levar é
a única fuga possível para nos aliviar da alta carga emocional a que estamos
sujeitos no dia a dia. De maneira geral, somos cobrados a declarar sobre o que
gostamos e o que não gostamos, entre o certo e o errado, entre o que é de Deus
e o que não é de Deus, entre o que é bom e o que é ruim. Quando, em momentos
apropriados, nos entregamos ao existir, nos sentimos livres e percebemos que,
nem sempre, temos que decidir se uma coisa é melhor assim ou assado, ou seja,
não temos que declarar a toda hora o que achamos disso ou daquilo. Nem tudo
precisa do nosso julgamento, temos apenas que viver, apenas
existir. Simples
assim.
No meio empresarial, as responsabilidades dos líderes para atingir
metas, resultam, muitas vezes, em afastamentos e tratamentos contra o stress. As
pressões por resultados fazem com que o executivo se sinta como numa arena,
rodeado por leões famintos e que tenha que lutar pela sua sobrevivência. Em
momentos difíceis da liderança, e que certas coisas parecem não dar certo, o
melhor caminho é mudar o foco para algo que esteja fora do ambiente de pressão.
O existir pode ser praticado sob a forma de esporte, atividade física ou
artística, pescaria, passeio com a família, bate papo com os amigos, trilhas e
tantas outras formas simples como um programa de karaokê, ou mesmo, dirigir por
uma estrada, sozinho e sem destino certo, ao som de uma bela música. Enfim, o
importante é sentir que você não é uma máquina programada para dar resultados,
e sim um ser integrado ao todo cósmico. Não é uma fuga irresponsável,
como quem recorre ao vício do álcool ou das drogas. É apenas um momento em que você
decide passar consigo mesmo, recusando qualquer cobrança do mundo exterior. Em
situações como essa as respostas costumam aparecer e, imerso em bons
pensamentos, é que terá a certeza de que fez a melhor escolha para o momento: A
terceira opção, existir.
Por: AHMAD
SUNBULAT NETO
Life Personal Coach ||
Consultor de Carreira || Analista Quântico
(32) 8706-1146 || (31) 8590-4267 || www.viverideal.com.br
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