Por Marcelo Miranda
Em
tempos de Copa do Mundo e de altos gastos na finalização dos estádios, o que
podemos perceber é a consolidação de turbulências simultâneas nas áreas de
eletricidade, petróleo e etanol, provocadas por suas decisões polêmicas do
governo federal. Essa mesma crise, cada vez mais evidente, tem ainda gerado
impactos crescentes na saúde fiscal da União, na balança comercial e até nas
projeções de crescimento econômico.
Na
área energética, o setor preferido da presidenta Dilma, já é iminente a ameaça
de um racionamento elétrico, devido aos preços de combustíveis defasados por
longo período e caros para o consumidor final devido a grande carga tributária
brasileira, como também pelo desarranjo do complexo sucroalcooleiro e, por fim,
pela derrocada da Petrobras e Eletrobras. As grandes estatais brasileiras
padecem com sérios problemas de caixa, de endividamento e de perda do valor de
mercado.
Já
a oposição não perdeu tempo e apontou a evaporação de US$ 100 bilhões, nos
últimos dois anos, da Petrobras e Eletrobras, se somados seus prejuízos
financeiros, além da desvalorização dos seus papéis na Bolsa de Valores de São
Paulo (BM&FBovespa).
O
que estamos assistindo é à coroação de medidas equivocadas, tomadas sem ouvir
os agentes diretos de cada área e cujos estragos são compartilhados por fontes
distintas de geração de energia. Isso pois, quase 40 anos depois, a mistura de
álcool anidro à gasolina deixou de ser competitiva justamente no momento em que
as importações de combustíveis devoram, cotidianamente, bilhões de reais da
Petrobras e provocam rombos no comércio internacional do país.
Mas,
também se somam às pressões sobre a petroleira brasileira, as dificuldades do
setor elétrico, representadas pelas compras externas de diesel e gás para mover
todas as usinas termelétricas, acionadas a todo vapor para compensar o atual
baixo nível dos reservatórios em pleno fim do período chuvoso.
Segundo
dados da própria Agência Nacional do Petróleo (ANP), o déficit da balança
comercial de combustíveis, resultado de importações maiores que exportações,
vai se ampliar em 2014. O rombo do diesel será de US$ 9 bilhões este ano,
enquanto o da gasolina será de US$ 2,5 bilhões. Isso considerando uma alta de
4% da demanda de derivados de petróleo.
Dentre
vários problemas enfrentados pelo governo Dilma, sem dúvida, a turbulência
nessas três áreas importantes compromete e muito a reeleição do governo
petista, deixando em aberto espaços para a oposição cristalizar ainda mais seu
discurso, fundamentado na incapacidade de Dilma e seus ministros gerirem as
riquezas brasileiras, bem como todo o país.
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